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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Weyl, o Carpinteiro de Cinema rumo ao Mundial



Quero chamar a atenção para a grandiosidade que é termos um representante do calibre do weyl na 3 Confêrencia Mundial de Cineclubismo.

Parabéns Weyl, tens tido atitudes louvavéis tanto na produção, fomento e criticidade do cinema feito por nós amazônidas, quanto da dicotomia existente entre a produção do possível, daqueles que com muito pouco fazem muito e daqueles que com muito, fazem muito pouco e quando fazem, reproduzem futilidades e a indústria imperialista do cinema.

A ida do Weyl ao evento por sí só já o engrandece, por termos alí um árudo orador em defensa não só do cinema nacional, mas mais ainda do valor de nossa cultura amazônica - desconhecida pelos demais brasileiros - e por consequência daquilo que os "nativos" daqui estão produzindo.

Oxalá que os manos da aldeia global tenham interesse de conhecer e peçam ao nosso representante paraoara cópias de nossos filmes e neles possam conhecer nosso rei do Carimbó (Chama Verequete), a Ilha de Mosqueiro (Poeta da Praia), do Marajó (Resistência Marajoara) e todas nossas ilhas de água doce, únicas no planeta em tamanho e biodiversidade, uma verdadeira pororoca tão bem ilustrada pela nata de nossa animação (Onda da Festa na Pororoca).

Quiça que além de explanar seu discusso radical em favor da cultura popular, dos negros, dos índios, deixem-no andar pra um lado e para o outro com um megafone - como fez outro dia ( e até fale um pouco sobre a ousadia de 80 alunos da escola Temistocles de Araújo e alguns professores, ao produzirem um longa que conta a história da maior e verdadeira revolução popular brasileira (Cabanos).

Agora quero chamar a atenção para o tipo de jornalismo que aqui no Pará é praticado. Muitos daqui, são de fato oriundos de uma cultura vira-lata, sequela de uma visão colonial que não se vê com grandeza, nem tão pouco valoriza a "prata-da-casa", salvo quando os destaques são oriundos da elite branca e bem alimentada, estudante dos colégios tradicionais e que adentrou as faculdades públicas, em vez dos filhos dos trabalhadores, e hoje, pacatos, rendem-se aos desejos da patronal e seus previlégios (?) profissionais.

Falo isso porque vemos babação de ovo quando um atleta, um músico ou até mesmo um cineasta vai apresentar seu talento fora e é aclamado pelos profissionais de mídias e seus patrões à exastão, mas quando é um crítico, filho de trabalhadores, que incomoda mais que agrada, geralmente é ignorado pelas redações que escolhem suas pautas à gosto dos que nunca tiveram apreço pelo potencial da imaginação da arte/cultura popular de fato.

Honrarias ao Cinema Pobre e ao Cinema Marginal!

Parabéns ao Novo Cinema Paraense!

Parabéns à PARACINE, fundada e presidida pelo Chiquinho Weyl, com quem, nós da Marambaia - bairro que criou esta criatura que vos fala e o próprio Chiquinho Weyl - meros coadjuvantes do Projeto Tela de Rua (MOCULMA), dividimos esta emoção de por ele podermos ser representados em Recife-PE, terra do saudoso Chico Science e do Maracatu Atômico.

À todos, nosso agradecimento e votos de um bom debate!



Diógenes Brandão

Comunicação, Cultura e Opinião

Marambaia - Busca-pé Blues

domingo, 4 de julho de 2010

Arrastão do Boi Vagalume


A Marambaia novamente mostra porque é um celeiro cultural nato.
No dia 26.06.2010, o MOCULMA chamou o Arrastão Cultural do Boi Vagalume e reuniu centenas de pessoas, acompanhados do Batalhão da Estrela - do Boi Pavulagem - que o seguiram pelas ruas do bairro junto com mais dois parentes, o boi Estrela da Manhã e o Veludinho, criados por Cristiano Lima, Nazarita Cuité e Flávio Gama, durante oficinas promovidas no Centro Comunitário Tiradentes, no conjunto da Cohab, durante os meses de Junho e Julho.
A programação culminou em uma agradável apresentação do grupo de música regional Filhos do Luar, que agrega músicos refinados, especialistas em carimbó e MPP.
A iniciativa contou com o apoio do Governo do Pará via Fundação Cultural Curro Velho que remunerou os "oficineiros" e fez a aquisição parte do materiais para a indumentária, o resto foi dedicação, militância e muita, mais muita vontade de fazer valer nossa cultura popular.
Vida longa ao Boi-Bumbá de Belém do Pará!
Viva o MOCULMA!

















terça-feira, 29 de junho de 2010

Cinema do povo nas ruas

Apresentado nas ruas de Belém, PA — onde surgiu —, na ilha de Marajó, na Marambaia e em toda região amazônica, o "cinema de rua" reúne o povo e realizadores comprometidos com o cinema nacional, com perfil diferenciado dos de circuitos dos shoppings , 'enlatados', considerado por Francisco Weyl, idealizador e coordenador do projeto, como 'cinema pipoca'.


Nas ruas de Pacajá, Pará, o povo experimenta um cinema que fala de sua cultura e realidade

— O cinema de rua é uma intervenção artística e social, com uma dimensão necessariamente histórica. Essa prática remonta os anos de 1970, quando diversos cineastas brasileiros utilizavam essa ferramenta criadora para registrar as greves operárias, as greves metalúrgicas no ABC. Alguns desses filmes ficavam prontos a tempo de serem exibidos nas assembléias seguintes, o que fortalecia em demasiado a luta política daquele período — explica Francisco Weyl.

— A imagem em movimento tem um poder fabuloso, e essa dimensão histórica do cinema de rua já acontecia na União Soviética, quando operadores de câmera dirigidos pelo Dziga Vertov chegavam aos rincões mais distantes para captar as imagens da revolução em seu processo emergente, ou seja, o cinema de rua se relaciona com o cinema de guerrilha, de resistência, de enfrentamento — acrescenta.

Francisco é poeta e realizador de filmes. Formado em cinema, com especialização em semiótica, se intitula "carpinteiro de poesia e cinema", tendo seu maior prazer nas exibições gratuitas em ruas e praças de Belém, assim como muitas outras cidades que tem projetos considerados parceiros.

— Quando montamos o 'circo' na rua, instalando o projetor, a caixa de som, o telão, etc, naturalmente chamamos a atenção dos transeuntes, tendo eles sido ou não previamente comunicados daquela ação. Imediatamente há uma ruptura com o conjunto de estruturas subjacentes que estão no ciclo do grande cinema, o cinema industrial, que limita a criatividade humana, como simples expectador — explica Francisco.

— A cidade com seus cidadãos passa a compor o cenário do filme ao mesmo tempo em que se desenha um novo cenário desse mesmo filme, feito desde e neste encontro confronto/convergência. É o cinema chegando até as gentes para as quais a arte deve ser direcionada — continua.

Criar e exibir bons filmes

Para Francisco "cinema na rua" quer dizer "cinema do povo", motivo pelo qual a responsabilidade de quem desenvolve essa prática é muito grande.

— Diariamente nós aqui da região somos bombardeados por um conjunto de imagens, através da televisão, da publicidade, ou dos grandes cinemas. Então nos interessa discutir esteticamente se a nossa produção está de acordo com uma nova linguagem ou se estamos apenas reproduzindo esses padrões, que afinal de contas têm nos usurpado culturalmente — declara.

— Particularmente na qualidade de realizador que sou, tenho um compromisso com a minha cultura, com o meu país, com a minha cidade, com a periferia, de cinema para o povo, com compromisso ético, com perfil bem diferenciado do grande cinema narrativo, do puro entretenimento, 'enlatados', o que chamo de 'cinema pipoca'. Levamos para as ruas filmes feitos com critérios que não é o do lucro financeiro — continua.

O cinema de rua exibe filmes de realizadores da região, ligados aos projetos de outros locais e também de grandes nomes do cinema nacional.

— Mostramos Gláuber Rocha, Eduardo Coutinho, Nélson Pereira dos Santos, e outros sensacionais. Também apresentamos obras como: Brasil para trás, documentário sobre o golpe militar em que registrei o ex-preso político e torturado, Humberto Cunha; Contra corrente filme que fiz com o jornalista Luís Carlos Pinto sobre liberdade de expressão; Patativa do Assaré, do Rosemberg Cariry; Chama Verequete, do Luís Arnaldo, sobre o mestre Verequete, considerado o rei do carimbó, entre muitos outros. No final de cada sessão realizamos debates — relata.

Francisco, que também coordena o Cineclube Amazonas Douro e sempre está ligado a movimentos de resistência cultural, tem como parceiro vários outros grupos que seguem a mesma linha de lutas, dentro e fora de Belém.

— Levo para os locais todo o maquinário, meu projetor, os filmes, os cabos, minha câmera de filmar e de fotografar e vou registrando tudo e colocando para circular na internet. E vamos abrindo essas fontes em um abraço com comunidades em favor da nossa cultura. Recentemente realizamos sete oficinas de cinema e tivemos como resultado nove obras audiovisuais coletivas — comenta com alegria.

— Nossa proposta é trabalhar com a organização de coletivos, visando desaparecer a figura individualista do realizador, colocando na cabeça da moçada que qualquer cidadão pode ser artista, realizador de filmes. E não é porque nossa região é praticamente excluída de verbas do Ministério da Cultura que não produzimos arte. Temos uma grande e rica produção literária, cênica e fílmica aqui na nossa região amazônica — expõe.

Esse trabalho é considerado como vocacional por Francisco e seus companheiros, que o fazem com muita dedicação e coração.

— Sem nenhum tipo de apoio, por exemplo, o realizador Márcio Barradas já fez dois longas e cerca de cinco curtas. Também um professor de Marambaia fez uma pesquisa sobre a cabanagem, o que resultou em um filme falando da revolução cabana, com a participação de 65 alunos, sem um centavo de instituição alguma. Enquanto querem submeter a todos ao 'cinema pipoca' tem um grupo de pessoas realizando um trabalho sério e lutando bravamente para preservar nossos valores — conta.


Por Rosa Minine no http://www.anovademocracia.com.br

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vagalume - Um boi de Luz Própria!

Respeitável Público com vocês, o boi mais bonito e faceiro da Marambaia!




Preparado com muito carinho, pelas mãos de cerca de 15 participantes de duas oficinas (instrumentalização e Indumentária) o Boi Vagalume nasce para iluminar os dias, tarde e noites da festa junina deste ano, com sua luz própria para perpetuar a cultura popular que emana da Marambaia.



Crianças
participantes da oficina do Boi Vagalume, aguardam o momento certo para a tocada.


Adolescente, participante da oficina do Boi Vagalume aquece o couro e ensaia a tocada.



Clemente Jr (Declare) e o pierrot e arte-educador, Cristiano Lima no Centro Comunitário Tiradentes durante sua Oficina de Produção de Adereço e Indumentária para o Boi-Bumbá.



Clemente Jr. mostra o Outodoor que anuncia a programação cultural, onde o Boi Vagalume será a atração principal.



Turma do MOCULMA na rua C do Gleba: Cristiano Lima, Diógenes Brandão (Jimmy) e Clemente Jr. (Declare)



Em frente ao Centro Comunitário Tiradentes, a turma do Boi Vagalume aquece o coro, antes de sua 1ª apresentação.


No auge da 1ª apresentação do Vagalume, no Centro Espírita Raio de Sol, Ananindeua-PA.



Evolução
Estonteante durante a 1ª apresentação do Boi Vagalume no Centro Espírita Raio de Sol, Ananindeua-PA.



Os cabeções animam a criançada de todas as idades, na tarde ensolarada
no Centro Espírita Raio de Sol em Ananindeua-PA.


O Boi Vagalume se despede para o descanço merecido, e segue para a próxima apresentação, levando consigo seus brincantes e o maior pagamento feito à um artista: Os aplausos de reconhecimento de seu trabalho.

Obrigad@!

domingo, 16 de maio de 2010

MOCULMA participa de diálogos cineclubistas

Inovacine participa de diálogos cineclubistas

A troca de experiências e o encontro de novos caminhos para a promoção do cineclubismo no Pará é o foco do ii DIÁ-logos – Construindo a Jornada de Cineclubistas do Estado, evento realizado durante todo o dia de hoje, 15.05, e que reuniu 33 representantes de cineclubes e organizações da sociedade civil no Instituto Nangetú, em Belém (PA).

Com o apoio a Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa), Projeto Cine + Cultura do Governo Federal e a Secretaria de Cultura do Pará (Secult), o evento conta com a participação da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), Movimento Cultural da Marambaia (Moculma) e outras organizações cineclubistas de municípios como Redenção, Soure e região metropolitana de Belém.

A manhã do evento foi marcada pela apresentação dos representantes de cada organização presente. O discurso da transformação social oportunizada pelo cineclubismo e as principais limitações e perspectivas de efetivação dos projetos estava presente.

A gestora do Instituto sede do encontro, Mãe Nangetú, falou sobre a transformação da visão social em relação à diversidade cultural com a criação do cineclube no Instituto Nangetú.
“O cineclube foi fundamental para a quebra de preconceitos mostrando que nós, que cultuamos a religião afroreligiosa, somos iguais. Quando nos reunimos vejo o desejo de crescimento, a vontade de estreitar as relações e valorizar a importância do fortalecimento da rede de cineclubismo”,argumentou.

A importância do fortalecimento da rede e a abertura para o constante diálogo entre os cineclubes, também foi o discurso predominante do bate-papo entre os outros participantes. O representante do cineclube no município de Redenção “Boca da Mata”, Hélio Amorim, falou sobre a busca por estreitar as relações com a capital.

“A grande preocupação é a questão do interior em relação à capital. Nós do sul do Pará queremos participar de uma rede mais integrada de cineclubistas. É por meio desse diálogo que flui melhor o conhecimento entre o interior e a capital”, argumenta Amorim.

Os ii Diálogos também é uma fonte de conhecimento para quem está implantando cineclube no Pará. É o caso do Cineclube Cruzeirinho, no município de Soure, fruto de uma oficina de cineclubismo do Inovacine. A coordenadora do Cineclube Cruzeirinho, Andrea Scafi, explica o propósito de sua presença no evento para efetivação da atividade no município.

“Vim especialmente para esse momento e para o município de Soure o cineclube é uma atividade que está chegando agora, a minha vinda é para trocar experiência e conhecimento e saber dos outros cineclubes o que podemos levar para os moradores de nosso município”, explicou.
Novos caminhos para o cineclubismo paraense - No final da manhã foi proposto a formação de uma comissão para articular a realização da Jornada Paraense de Cineclubes. O objetivo é mobilizar as representações cineclubistas para a criação da Federação Paraense de Cineclubes.

Segundo o coordenador do Inovacine, Francisco Weyl, o valor da ocasião está na oportunidade de fortalecer o movimento, estreitar relações com o Ministério da Cultura, articular a Jornada e criar a Federação Paraense de Cineclubes.

“Nós aproveitamos a presença do Coordenador do Cine Mais Cultura, Rodrigo Bouillet, para uma articulação mais estreita com o Ministério da Cultura, conhecer, discutir e propor políticas nacionais do cineclubismo e do audiovisual”, falou.

O Coordenador de Rede Cine Mais Cultura encerrou em Belém sete reuniões com cineclubistas da região norte. Dessa, forma, disse, pode conhecer a forma como cada estado se organiza e pratica o cineclubismo. Bouillet esclareceu aos participantes do ii Diá-logos quanto às ações do Ministério da Cultura. Ele defendeu que os representantes cineclubistas do Pará devem pensar em diferentes possibilidades para a efetivação das ações do movimento.

“O que foi observado por mim é que somente com organização é que será dado um salto qualitativo no movimento. Os estados estão se organizando, então, realizar encontros como este que vocês estão propondo está no caminho do que o Cine Mais Cultura hoje está discutindo”, finalizou.

© FONTE: Ascom Fapespa

segunda-feira, 5 de abril de 2010

FOTOS DO ANIVERSÁRIO

PARA TODOS OS NOSSOS LEITORES E AMIGOS, A PARTIR DE HOJE À NOITE ESTAREMOS DISPONIBILIZANDO AS FOTOS DO ANIVERSÁRIO DO MOCULMA, REALIZADO NESTE SÁBADO (03.04) NA PRAÇA TANCREDO NEVES.

AS FOTOS ESTARÃO DISPONÍVEIS NA COMUNIDADE DO MOCULMA NO ORKUT E NO ALBUM DO PICASA, COM LINK AQUI.

AGUARDE!

sábado, 3 de abril de 2010

MOCULMA 16 anos de Arte e Cultura Popular

Hoje na Marambaia haverá uma grande programação cultural com show de bandas de rock, mpb, pop-rock, cinema, dança, poesia....

Será comemorado os 16 anos do Movimento Cultural da Marambaia - MOCULMA.

A programação inicia às 19h na Praça Tancredo Neves e se estenderá até a meia-noite.


Confirmados:



Busca-pé blues & Banda.
Horizonte Neutro - Rock.
Wizard king - Rock
Aury e Lídia - MPB.
Milagre de Ateu – Percussão.
Apostolado da Poesia – Declamação e Varal.
Trailler do Filme Cabanos.
Filme BARRAVENTO, de Glauber Rocha.
Redemoinho de Tambores - Percussão.
Fotoativa - Mostra Fotográfica.
Revista PZZ - Mostra intinerante.

Apoio Cultural: 

SECULT - Secretaria de Estado de Cultura. 
Vereador Adalberto Aguiar.
Vereador Otávio Pinheiro.


Acompanhe a programação ao vivo via msn: moculma@hotmail.com
 
O Movimento Cultural da Marambaia completou 16 anos no último dia 29 de Março e não poderíamos deixar com que esta data não fosse comemorada. A final de contas, são 16 anos que a entidade reúne produtores culturais, cineastas, músicos, ativistas sociais e uma gama variada de artistas e bandas musicais a fim de promover a cultura popular com arte e cidadania.
A idéia do MOCULMA é ser protagonista no cenário local promovendo ações que atraiam a juventude a conhecer alternativas à indústria cultural que modela padrões comportamentais e estilos de vida através dos meios de comunicação de massa, alienando e contribuindo para o individualismo, a violência, o consumismo e o analfabetismo político entre outros males.
O MOCULMA surgiu na Marambaia, e se tornou agregador de ações e eventos que discutem a inclusão social e a formação cidadã como poucos em Belém, procurando interagir com a comunidade e artistas do bairro e áreas próximas, criando espaços públicos, onde todos expõem seus trabalhos através da musica, teatro, poesia, dança e cinema, assim tornamos nossos sonhos de reconhecimento, descontentamentos, talentos, revolta e amor em uma miscelânea cultural onde a cultura da paz é semeada com uma pitada de teimosia e resistência.
Com estas iniciativas, o MOCULMA, estabelece os vínculos necessários com a c o m u n i d a d e, p r o m o v e n d o entretenimento e a valorização de nossa cultura, incentivando assim a produção artística com a vanguarda da juventude ativista do bairro, propiciando que seus  moradores tenham acesso a arte e a cultura, sem que seja necessário saírem do bairro para assistirem peças de teatro, bandas de músicas, exposições fotográficas, poesias e participarem de oficinas e mostras de cinema, comunicação, produção de instrumentos musicais, entre outros.
Assim o MOCULMA insiste em não deixar apagar a chama da esperança social, através da arte, selando nossa persistência e a resistência cultural e artística numa perspectiva de descoberta e reconhecimento de nossos artistas e valores sócio-culturais.
Ação impar, em bairros periféricos como a Marambaia, este evento pretende reunir todas e todos que acreditam na transformação social, tendo como aliados a arte a cultura local, em prol de uma qualidade de vida e da liberdade.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Matinta X Cabanagem: cinema e luta de classes na Amazônia


Vem da Marambaia, este bairro periférico (e no bojo das comemorações dos 16 anos do Movimento Cultural da Marambaia, Moculma) a notícia mais interessante que eu ouvi sobre cinema na Amazônia: o professor Sebastião Pereira informou sobre o filme CABANOS durante a Oficina de Formação Cineclubista que o INOVACINE realizou na Escola República de Portugal (Parceria Fapespa+APJCC+Cineclube Amazonas Douro+Moculma).


A notícia de que o projeto CINESCOLA, projeto guerreiro e guerrilheiro, realizou o filme CABANOS (1h43min) com cerca de 70 estudantes da escola pública Temístocles de Araujo – com rodagens em Curuçá, Abaetetuba, Ilha das Onças e Cidade Velha - apenas emerge o que sempre soube: que a Marambaia é pólo de produção cultural e de criação artística. E nomes não lhe faltam: Cuité, Tomé, Pão, Mika, Weyl, Caeté, Clei de Souza, Marko da Lama, Buscapé, Sebastian, e tantos outros que agora me escapam.


Mas o essencial a ser dito aqui é que o professor SEBASTIÃO PEREIRA realizou este projeto sem nenhum centavo de ninguém. Ao contrário, alguns projetos relacionados ao cinema (festivais e filmes) gastam fortunas, tem apoios de leis e empresas, mas não tem nenhum compromisso com a HISTÓRIA da Amazônia. É fato: a luta de classes também se revela no cinema amazônida.


(...) A Amazônia tem sido plateau de diversas produções cinematográficas, muitas das quais mediatizadas pela indústria cultural e outras por esta renegada. A indústria sabemo-lo, articula-se ao mercado e às respectivas cadeias produtivas que compõem o setor audiovisual, que não tem a menor condição de se desenvolver nesta Região, tratada com IRRESPONSABILIDADE pelos poderes públicos e grandes projetos e empresas que – sem nenhum compromisso com a Amazônia – investem o lucro daqui recolhido em outros centros e praças, nacionais e internacionais.


Este plateau amazônico, entretanto, ele confere certo glamour às grandes produções, até porque afinal de contas, o meio ambiente e a floresta estão em moda, sendo politicamente correto abordá-los, ainda que de relance. Logo, fazer um filme ou um festival de cinema na Amazônia pode render dividendos a quem se arrisca a esta aventura. As Leis escancaram suas portas e as empresas pegam carona nas vantagens por elas oferecidas.


E há sempre produtor de plantão para assinar um projeto cultural de carta marcada cujo objetivo final será sempre a publicidade de uma marca.

Paralelamente, artistas e verdadeiros criadores vem produzindo o que eu posso denominar de gramatologia fílmica amazônida. São pessoas articuladas a entidades culturais e pontos de cultura que tiveram acesso às ferramentas audiovisuais e montam filmes que resultam de oficinas de formação ou mesmo a partir de meras capturas aleatórias de preciosos momentos que tornam estas entidades no cerne da produção cinematográfica, cineclubista e audiovisual amazônida.


É uma onda tsunâmica que rebenta na superfície do oceano o que vem rebentando nas suas profundezas. É a insubordinação e insubmissão de seres humanos com potencial crítico, oriundos dos movimentos sociais e agregados aos movimentos sociais que não abrem mão de construir e escrever com a câmera de filmar uma nova HISTÓRIA. Este choque se estabelece de várias formas e possui vários matizes, alguns dos quais aqui abordados.


Estas são as duas imagens do filme da luta de classes que se processa no coração da Amazônia: Mito X História. Mito e História são dois lados de uma mesma moeda. De troca. Pois que se t®ocam entre si, de forma que – perplexos – nem conseguimos identificar onde um é um e o outro é o outro. Nesta fusão simbiótica, Mito e História tornam-se uma coisa só, mas apesar de (IN)diferenciados, eles possuem – cada um – características próprias que fazem com que eles sejam o que são, no que de fato os diferencia.


De um lado, o mito, com toda a sua pujança e com o que ele tem de mais fecundo nos processos de construção do inconsciente coletivo amazônida-paraoara, onde afinal de contas nascem e se refazem, chocam-se e se fragilizam as imagens e os imaginários das culturas populares, as suas narrativas, as quais, muitas vezes se redimensionam – pela via mítica - para que possamos ver o que afinal de contas éramos proibidos de olhar.


De outro lado, a História, remodelada sob a ótica dos colonizadores que ignoram sejam os processos de conquistas políticas das classes excluídas, sejam as contribuições culturais dos povos que já aqui habitavam antes mesmo da chegada dos brancos, como a civilização pré-colombiana marajoara, as etnias indígenas, e os negros com os seus ensinamentos africanos, patrimônios imateriais do que hoje é a Amazônia na sua plenitude continental.


Se nós podemos dizer que há uma tradição revolucionária no cinema amazônida, por força temos que nos referir aos índios que vem pegando em câmeras e fazendo docs a partir de seus próprios olhares, transportando e importando as suas formas de ver e viver o mundo para as obras que vem realizando. Sem dúvidas, os índios são os criadores de um novo cinema amazônida, enquanto que nós, os brancos mestiços, vamos ficando condenados a esta pasteurização “medióta” (mistura de mídia com idiota), até porque não existe uma “escola” estética do cinema amazônida.


Alguns motivos de ainda não ter sido constituída uma linguagem cinematográfica amazônica:


1. Produtores e criadores de tais linguagens se recusam em aprofundá-la na sua grandeza estética;


2. Produtores e criadores de tais linguagens se recusam em aprofundá-la na sua grandeza estética porque não passam de meros reprodutores de padrões e regras que afinal de contas são responsáveis pela colonização fílmico-imagética da Amazônia;


3. Produtores e criadores de tais linguagens estão mais interessados no mercado do que na mata propriamente dita;


Enquanto consumimos uma produção audiovisual que não é criada e nem produzida - nem aqui e nem por quem aqui habita ou já aqui habitou, “VEMOS (?)” a Amazônia sob esta ótica que lhe é exterior. E consumimos imagens que na verdade foram usurpadas à nossa tradição cultural sob o signo de um processo danoso, de destruição e colonização, sendo, portanto, natural que acabemos por representar estas mesmas imagens em nossos escassos repertórios - de forma medíocre, já que não vamos além das regras que – apesar de impostas – aceitamos como se fôssemos condenados a ser colonizados.


PS: O Filme CABANOS estreia dia 27 de março no OLÍMPIA. Acessem e vejam trecho aqui: http://www.youtube.com/watch?v=yvGCc3GPW0A. Oxalá a mídia local e os pseudo-críticos tenham competência ética e estética para ver e dialogar sobre o cinema que se faz na Amazônmia.

Por © Francisco Weyl

Carpinteiro de Poesia e de Cinema

Belém, 18 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Brinquedo de Miriti como patrimônio cultural do Pará


Projeto de Carlos Martins é aprovado na CCJ

Do Blog do Dep. Estadual Carlos Martins.


Os deputados integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Pará aprovaram hoje, 09 de março, o projeto que institui o brinquedo de miriti como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. A proposição, de autoria do deputado Carlos Martins – PT, foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares presentes na sessão.

Os Brinquedos de Miriti representam uma manifestação artística espontânea, da criatividade dos produtores, seja no uso de cores primárias e poucas misturas (azul, vermelho, amarelo, verde, preto), como na forma utilizada, que sempre reflete o universo caboclo, suas influências urbanas e afetivas.

Miriti – Esse brinquedo é originário de uma palmeira, o miriti (Mauritia Flexuosa), caracterizado por seu grande porte. Esta palmeira é comumente encontrada na paisagem das áreas inundadas da região amazônica, incluindo as várzeas e os igapós.
A matéria-prima utilizada no artesanato é o pecíolo, popularmente conhecido como 'braço ou talo' e que pode atingir até 5m de comprimento. Essa parte nada mais é do que a medula da palmeira, constituída por fibras finas e longas.

Os artistas, com ferramentas rústicas (normalmente facas e facões), esculpem e montam as peças segundo suas referências pessoais. Alguns se especializaram em barcos, outros em bonecos dançarinos, cobras, jacarés, madeireiros, pássaros, insetos perfeitos, vaquinhas, aviões, rádios de pilha, televisões. A escolha deste ou daquele motivo é parte da crônica individual de cada autor ou família de autores.


Política cultural em 2010

Do blog hupomnemata


Análise concentrada, esta semana, para a PEC 416/2005, a Proposta de Emenda Constitucional que institui o Sistema Nacional de Cultura (SNC), e que define, dentre outras questões, o compartilhamento de orçamentos e a divisão de responsabilidades da gestão cultural entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A PEC está sendo analisada por uma Comissão Especial, instalada na Câmara dos Deputados, na semana do carnaval. Também está em análise na Câmara o Projeto de Lei 6.835/2006, que institui o Plano Nacional de Cultura e a PEC 150, que destina um percentual mínimo de verbas para a cultura. O debate sobre um orçamento decente e qualificado para a Cultura tem suas origens em recomendações da Organização das Nações Unidas, prevendo um piso mínimo de 1%, que foi ratificado pela Agenda 21 da Cultura para as Cidades, aprovada em 2004, em Barcelona, no Fórum Universal das Culturas e, de certa forma, reiterado pela Convenção da Unesco sobre a Promoção e Proteção da Diversidade das Expressões Culturais, aprovada em dezembro de 2005, em Paris.

O orçamento do Governo Federal para o setor cultural, em 2010, é de 2,2 bilhões de reais. O maior da história do pais. A base do orçamento para a cultura, em 2010, está em duas rubricas: R$ 800 milhões para o Fundo Nacional de Cultura investir nas diversas linguagens (Artes; Cidadania, Identidade e Diversidade Cultural; Memória e Patrimônio Cultural Brasileiros; Livro e Leitura etc.) e R$ 240 milhões para apoiar projetos dos governos estaduais.

MOCULMA e INOVACINE reverenciam o negro no cinema

Parceria entre poder público e entidade popular promove oficina de cineclubismo durante a programação do Projeto Tela de Rua em comemoração ao aniversário de 16 anos do MOCULMA.


Instituído como o Dia Municipal e Estadual da Umbanda e dos cultos afro-religiosos de Belém e do Estado do Pará, 18 de março é uma data que registra e resgata a memória da luta de Mãe Doca, que fez rufar os seus tambores em louvor aos Deuses africanos e indígenas por ela cultuados. Por esse motivo, o INOVACINE, em parceira com o MOCULMA - Movimento Cultural da Marambaia, realiza a oficina de formação cineclubista “O negro no cinema de Nelson Pereira dos Santos”.



O evento, que acontece entre os dias 15 e 17 de março, na escola pública República de Portugal, integra uma série de ações organizadas pelo Instituto Nangetu; ACAOÃ; Konsenzala de Kafungê; ACIYOMI; FEUCABEP; Casa Brasil África e GEAAM/ UFPA; Rundembo Ngunzo de Bamburrucema, AFAIA; INTECAB-PA; GARRA; Terreiro Dois Irmãos; Terreiro de Nagô de Iemanjá; Mawukwe Toy Vodunnon Aluísio de Lissá.


De acordo com o artista afro-religioso Arthur Leandro, a data demarca um campo de organização e luta do segmento afro-religioso pelo direito à livre expressão, contra a intolerância religiosa e pelo direito à cidadania. Ele diz que mesmo enfrentando a repressão e perseguições de aparatos policiais, Mãe Doca nunca abriu mão de reverenciar em culto às suas divindades.

Arthur Leandro, Artísta e Afroreligioso, vê no cineclubismo um caminho para a luta contra a uniformização e a intolelância religiosa através da formação cultural das novas gerações.


“Ao praticar ritos de matrizes culturais africanas e indígenas, Mãe Doca é o símbolo da resistência contra o preconceito e a intolerância, e também da preservação das diversas cosmologias e dos conhecimentos tradicionais de povos minoritários”, afirma.


OFICINA TEMÁTICA - Aberta à comunidade, a oficina vai abordar a prática cineclubista e ao mesmo tempo focar a temática étnica, mediante a exibição e abordagens críticas de filmes como O AMULETO DE OGUM, TENDA DOS MILAGRES e RIO ZONA NORTE (todos de Nelson Pereira dos Santos) e ainda BARRAVENTO (que é de Glauber Rocha, mas que tem a montagem de Nelson).

O coordenador do INOVACINE, Francisco Weyl, informa que esta é a primeira oficina temática do projeto, que realiza sessões cineclubistas em pontos de cultura e infocentros do programa NavegaPará. Ele acredita que o INOVACINE está a se solidificar como um projeto de raízes comunitárias.

Francisco Weyl, coordenador do INOVACINE em ação no Projeto Tela de Rua do MOCULMA, onde é colaborador e um dos fundadores da entidade.

“Acabamos de sair da Teia da Cultura Amazônica, onde os pontos de cultura nos receberam de braços abertos, e, agora, chegamos à Marambaia, que tem um movimento social forte e criadores de densa produção, ou seja, estas parcerias abrem caminhos para que as comunidades possam ter acesso e produzam elas próprias uma nova cultura audiovisual”.

Esta não é a primeira vez que a Fapespa apóia os movimentos sociais. Ano passado, a Fundação fez parceria com o Fórum dos povos e das comunidades tradicionais e coordenou um seminário no projeto Casa de Caboco, durante o Fórum Social Mundial.

A programação integra a programação do projeto Tela de Rua em comemoração ao aniversário de 16 anos do MOCULMA - Movimento Cultural da Marambaia.

SERVIÇO: Oficina de formação cineclubista O NEGRO NO CINEMA DE NELSON PEREIRA DOS SANTOS.

Período: 15, 16 e 17 de março de 2010.

Horário: 15 às 18h.

Local: Escola República de Portugal (Rua Anchieta, próximo final da linha Djalma Dutra). Em comemoração ao Dia Municipal e Estadual da Umbanda e dos cultos afro-religiosos de Belém e do Estado do Pará.

Organização: MOCULMA e INOVACINE. Coordenação: Francisco Weyl, Mateus Moura e Miguel Haoni.

Parceira: Associação Paraense dos Jovens Críticos de Cinema, APJCC; Cineclube Amazonas Douro.

Informações: 8179-6684 e/ou moculma@gmail.com

Ascom/Fapespa/Assessoria de Imprensa MOCULMA.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Oh, Marambaia!


Busca-pé Blues, o filho mais querido entre os demais igualmente queridos da Marambaia, teve publicado por um dos integrantes do MOCULMA, a gravação de sua participação, prá lá de especial, no programa 7 Set Independente, da TV Cultural do Pará/FUNTELPA.

O vídeo está no
no Canal Amazonic Man do youtube.


Busca-pé - Oh, Marambaia!

Capa da regravação do CD Andarilho das Galáxias, lançado em 2000 pelo NPC (Núcleo de Produção Cultural - UFPA)

É isso aí moçada, demorou muiiiiito, mas agora já tá na rede, para tod@s @s fãs do músico, considerado underground para uns, psicodélico para outros, mas com certeza um veradeiro artísta, que agrada gregos e troianos.


Muitas definições e um fato concreto: Quando sobe num palco Busca-pé, mesmo quem nunca o tenha visto ou escutado, arrebata mais admiradores para seu extenso fã clube.

Aumente o som, Clik em HD e expanda a tela e curta o clip do Som do Busca-Pé Blues que embala qualquer parada!

Basta ir assistir youtube, clicando aqui.

Não esqueça de deixar um cometário e indicá-lo para outr@s internautas.

Para acompanhar a agenda ou fazer contratação para shows em bares, eventos institucionais e aquisição de discos, entre em contato com: nupam.com@gmail.com ou pelo (91) 8174-5995.

+ do busca-pé nús

Trama Virtual / UOL

Musicas Paraense

Portal Cultura

Tela de Rua - Retrospectiva 2009


O Movimento Cultural da Marambaia (MOCULMA) realizou a projeção dos filmes “O Mastro” (documentário média-metragem) e “A poeta da praia” (ficção – longa), ambos produzidos este ano, na Ilha de Mosqueiro, pelo realizador independente Márcio Barradas. A sessão aconteceram no dia 15 de dezembro do ano passado (2009), no âmbito do projeto “Tela de Rua”, realizado na Praça Tancredo Neves, bairro da Marambaia.


Na abertura da programação do projeto, houve a intervenção poética de Caeté, intitulada “Manifesto Apostolado da Poesia”.


Apoio: Cineclube Amazonas Douro / Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema.


+ nu Tela de Rua

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Esse definitivamente não é da Maramba!

Um olhar pela lente

Do blog do Espaço Aberto com o mesmo título.

Nesta foto tirada na última quarta-feira (17), uma mulher procura por seus sapatos em uma delegacia de polícia, entre uma pilha de calçados roubados por um ladrão em Seul, Coreia do Sul. A polícia prendeu o ladrão, identificado como Park, no início deste mês. Ele é acusado de roubar cerca de 1.200 pares de sapatos de luxo em empresas funerárias e em grandes hospitais. Park guardava os bens roubados em um armazém, com o objetivo de se tornar um vendedor ambulante.

A foto é da AFP.