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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Weyl, o Carpinteiro de Cinema rumo ao Mundial



Quero chamar a atenção para a grandiosidade que é termos um representante do calibre do weyl na 3 Confêrencia Mundial de Cineclubismo.

Parabéns Weyl, tens tido atitudes louvavéis tanto na produção, fomento e criticidade do cinema feito por nós amazônidas, quanto da dicotomia existente entre a produção do possível, daqueles que com muito pouco fazem muito e daqueles que com muito, fazem muito pouco e quando fazem, reproduzem futilidades e a indústria imperialista do cinema.

A ida do Weyl ao evento por sí só já o engrandece, por termos alí um árudo orador em defensa não só do cinema nacional, mas mais ainda do valor de nossa cultura amazônica - desconhecida pelos demais brasileiros - e por consequência daquilo que os "nativos" daqui estão produzindo.

Oxalá que os manos da aldeia global tenham interesse de conhecer e peçam ao nosso representante paraoara cópias de nossos filmes e neles possam conhecer nosso rei do Carimbó (Chama Verequete), a Ilha de Mosqueiro (Poeta da Praia), do Marajó (Resistência Marajoara) e todas nossas ilhas de água doce, únicas no planeta em tamanho e biodiversidade, uma verdadeira pororoca tão bem ilustrada pela nata de nossa animação (Onda da Festa na Pororoca).

Quiça que além de explanar seu discusso radical em favor da cultura popular, dos negros, dos índios, deixem-no andar pra um lado e para o outro com um megafone - como fez outro dia ( e até fale um pouco sobre a ousadia de 80 alunos da escola Temistocles de Araújo e alguns professores, ao produzirem um longa que conta a história da maior e verdadeira revolução popular brasileira (Cabanos).

Agora quero chamar a atenção para o tipo de jornalismo que aqui no Pará é praticado. Muitos daqui, são de fato oriundos de uma cultura vira-lata, sequela de uma visão colonial que não se vê com grandeza, nem tão pouco valoriza a "prata-da-casa", salvo quando os destaques são oriundos da elite branca e bem alimentada, estudante dos colégios tradicionais e que adentrou as faculdades públicas, em vez dos filhos dos trabalhadores, e hoje, pacatos, rendem-se aos desejos da patronal e seus previlégios (?) profissionais.

Falo isso porque vemos babação de ovo quando um atleta, um músico ou até mesmo um cineasta vai apresentar seu talento fora e é aclamado pelos profissionais de mídias e seus patrões à exastão, mas quando é um crítico, filho de trabalhadores, que incomoda mais que agrada, geralmente é ignorado pelas redações que escolhem suas pautas à gosto dos que nunca tiveram apreço pelo potencial da imaginação da arte/cultura popular de fato.

Honrarias ao Cinema Pobre e ao Cinema Marginal!

Parabéns ao Novo Cinema Paraense!

Parabéns à PARACINE, fundada e presidida pelo Chiquinho Weyl, com quem, nós da Marambaia - bairro que criou esta criatura que vos fala e o próprio Chiquinho Weyl - meros coadjuvantes do Projeto Tela de Rua (MOCULMA), dividimos esta emoção de por ele podermos ser representados em Recife-PE, terra do saudoso Chico Science e do Maracatu Atômico.

À todos, nosso agradecimento e votos de um bom debate!



Diógenes Brandão

Comunicação, Cultura e Opinião

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