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quinta-feira, 27 de março de 2014

MOCULMA: 20 anos de arte, cultura e lazer



Há 20 anos atrás, no dia 29 de Março de 1994, o Movimento Cultural da Marambaia, mais conhecido como MOCULMA, foi fundado por artistas, arte-educadores e ativistas sócio-culturais, entre moradores e visitantes, porém todos apaixonados pelo bairro da Marambaia.

No entanto, quem conhece nossa história sabe que antes disso já realizávamos atividades culturais com apresentações musicais, cortejos, manifestos, mostras e recitais poéticos, entre outras coizitas mais. 

Com o decorrer do tempo, o MOCULMA foi passando por transformações e realizando atividades cineclubistas através do projeto Tela de Rua, além de atividades de educação ambiental e o tradicional Arrastão do Boi Vagalume.

E para comemorarmos nosso aniversário de 20 anos, realizaremos no mês de Junho diversas atividades culturais pelo bairro da Marambaia, contando com artistas e fazedores de cultura parceiros e no segundo semestre lançaremos mais uma edição do Projeto Arte Praça com atividades previstas para o segundo semestre de 2014.

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Da Marambaia à África: O cinema social presente

Nesta terça-feira (01/02), a praça Tancredo Neves, será palco da tão esperada Mostra de Filmes do II Festival Internacional de Cinema Social - FEST-FISC, cuja segunda versão acontece, simultaneamente, em Dakar (Senegal) e em Belém, durante os dias 8, 9 e 10 de fevereiro de 2011, mais precisamente na praça Tancredo Neves, bairro da Marambaia.

Atividade cultural autogestionada do Fórum Social Mundial, aberto para todos os formatos, tecnologias e linguagens, o FEST-FISC, recebeu filmes das mais diversas origens e propostas estéticas e não tem caráter competitivo: todos os seus participantes recebem “Menção Honrosa”.

A novidade deste ano, entretanto, é que, além de ser realizado na Universidade Cheik Anta Dioup, em Dakar, Senegal, durante o Fórum Social Mundial (FSM 2011), o FEST-FISC terá uma extensão Brasil, mais exatamente Belém, no âmbito do projeto Cinema de Rua, que retoma as suas atividades cineclubistas na Praça Tancredo Neves, sob a coordenação do Cineclube Amazonas Douro, REDE Aparelho e Movimento Cultural da Marambaia.

Entre os filmes selecionados estão “”Como a noite apareceu”, de Regina Mainardi (Espírito Santo); “O futuro manda notícias”, de Amaury Tangará (Mato Grosso); “Visagem”, de Roger Lou (minas Gerais); “Sonoro Diamante Negro”, de Suely Nascimento (Pará); e “O mastro de São caralho”, de Márcio Barradas (Pará). Além destes filmes, o II FEST-FISC fará duas mostras (“Os 7 filmes capitais”, com sete filmes que participaram do I FEST-FISC, e “Resistência Marajoara”, com filmes produzidos por jovens realizadores da ilha do Marajó). Todos estes filmes passarão a fazer parte do acervo da PARACINE – Federação Paraense de Cineclubes, que os utilizará com fins educativos, sem que os mesmos venham a ser comercializados ou reproduzidos.

Programação:



DIA 10 DE FEVEREIRO DE 2011: “Quem cortou a língua de feiticeira que os donos do mundo temiam?” (Coletivo Resistência Marajoara – BRASIL) / “A lenda da cobra grande” (Coletivo Resistência Marajoara – BRASIL/ “A festa da cobra” (Coletivo Resistência Marajoara – BRASIL)/ Marajó, O Movimento das Águas  (SÉRGIO PÉO – RIO DE JANEIRO- BRASIL)

Veja o mapa e como chegar, aqui.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Weyl, o Carpinteiro de Cinema rumo ao Mundial



Quero chamar a atenção para a grandiosidade que é termos um representante do calibre do weyl na 3 Confêrencia Mundial de Cineclubismo.

Parabéns Weyl, tens tido atitudes louvavéis tanto na produção, fomento e criticidade do cinema feito por nós amazônidas, quanto da dicotomia existente entre a produção do possível, daqueles que com muito pouco fazem muito e daqueles que com muito, fazem muito pouco e quando fazem, reproduzem futilidades e a indústria imperialista do cinema.

A ida do Weyl ao evento por sí só já o engrandece, por termos alí um árudo orador em defensa não só do cinema nacional, mas mais ainda do valor de nossa cultura amazônica - desconhecida pelos demais brasileiros - e por consequência daquilo que os "nativos" daqui estão produzindo.

Oxalá que os manos da aldeia global tenham interesse de conhecer e peçam ao nosso representante paraoara cópias de nossos filmes e neles possam conhecer nosso rei do Carimbó (Chama Verequete), a Ilha de Mosqueiro (Poeta da Praia), do Marajó (Resistência Marajoara) e todas nossas ilhas de água doce, únicas no planeta em tamanho e biodiversidade, uma verdadeira pororoca tão bem ilustrada pela nata de nossa animação (Onda da Festa na Pororoca).

Quiça que além de explanar seu discusso radical em favor da cultura popular, dos negros, dos índios, deixem-no andar pra um lado e para o outro com um megafone - como fez outro dia ( e até fale um pouco sobre a ousadia de 80 alunos da escola Temistocles de Araújo e alguns professores, ao produzirem um longa que conta a história da maior e verdadeira revolução popular brasileira (Cabanos).

Agora quero chamar a atenção para o tipo de jornalismo que aqui no Pará é praticado. Muitos daqui, são de fato oriundos de uma cultura vira-lata, sequela de uma visão colonial que não se vê com grandeza, nem tão pouco valoriza a "prata-da-casa", salvo quando os destaques são oriundos da elite branca e bem alimentada, estudante dos colégios tradicionais e que adentrou as faculdades públicas, em vez dos filhos dos trabalhadores, e hoje, pacatos, rendem-se aos desejos da patronal e seus previlégios (?) profissionais.

Falo isso porque vemos babação de ovo quando um atleta, um músico ou até mesmo um cineasta vai apresentar seu talento fora e é aclamado pelos profissionais de mídias e seus patrões à exastão, mas quando é um crítico, filho de trabalhadores, que incomoda mais que agrada, geralmente é ignorado pelas redações que escolhem suas pautas à gosto dos que nunca tiveram apreço pelo potencial da imaginação da arte/cultura popular de fato.

Honrarias ao Cinema Pobre e ao Cinema Marginal!

Parabéns ao Novo Cinema Paraense!

Parabéns à PARACINE, fundada e presidida pelo Chiquinho Weyl, com quem, nós da Marambaia - bairro que criou esta criatura que vos fala e o próprio Chiquinho Weyl - meros coadjuvantes do Projeto Tela de Rua (MOCULMA), dividimos esta emoção de por ele podermos ser representados em Recife-PE, terra do saudoso Chico Science e do Maracatu Atômico.

À todos, nosso agradecimento e votos de um bom debate!



Diógenes Brandão

Comunicação, Cultura e Opinião

Marambaia - Busca-pé Blues

domingo, 4 de julho de 2010

Arrastão do Boi Vagalume


A Marambaia novamente mostra porque é um celeiro cultural nato.
No dia 26.06.2010, o MOCULMA chamou o Arrastão Cultural do Boi Vagalume e reuniu centenas de pessoas, acompanhados do Batalhão da Estrela - do Boi Pavulagem - que o seguiram pelas ruas do bairro junto com mais dois parentes, o boi Estrela da Manhã e o Veludinho, criados por Cristiano Lima, Nazarita Cuité e Flávio Gama, durante oficinas promovidas no Centro Comunitário Tiradentes, no conjunto da Cohab, durante os meses de Junho e Julho.
A programação culminou em uma agradável apresentação do grupo de música regional Filhos do Luar, que agrega músicos refinados, especialistas em carimbó e MPP.
A iniciativa contou com o apoio do Governo do Pará via Fundação Cultural Curro Velho que remunerou os "oficineiros" e fez a aquisição parte do materiais para a indumentária, o resto foi dedicação, militância e muita, mais muita vontade de fazer valer nossa cultura popular.
Vida longa ao Boi-Bumbá de Belém do Pará!
Viva o MOCULMA!

















terça-feira, 29 de junho de 2010

Cinema do povo nas ruas

Apresentado nas ruas de Belém, PA — onde surgiu —, na ilha de Marajó, na Marambaia e em toda região amazônica, o "cinema de rua" reúne o povo e realizadores comprometidos com o cinema nacional, com perfil diferenciado dos de circuitos dos shoppings , 'enlatados', considerado por Francisco Weyl, idealizador e coordenador do projeto, como 'cinema pipoca'.


Nas ruas de Pacajá, Pará, o povo experimenta um cinema que fala de sua cultura e realidade

— O cinema de rua é uma intervenção artística e social, com uma dimensão necessariamente histórica. Essa prática remonta os anos de 1970, quando diversos cineastas brasileiros utilizavam essa ferramenta criadora para registrar as greves operárias, as greves metalúrgicas no ABC. Alguns desses filmes ficavam prontos a tempo de serem exibidos nas assembléias seguintes, o que fortalecia em demasiado a luta política daquele período — explica Francisco Weyl.

— A imagem em movimento tem um poder fabuloso, e essa dimensão histórica do cinema de rua já acontecia na União Soviética, quando operadores de câmera dirigidos pelo Dziga Vertov chegavam aos rincões mais distantes para captar as imagens da revolução em seu processo emergente, ou seja, o cinema de rua se relaciona com o cinema de guerrilha, de resistência, de enfrentamento — acrescenta.

Francisco é poeta e realizador de filmes. Formado em cinema, com especialização em semiótica, se intitula "carpinteiro de poesia e cinema", tendo seu maior prazer nas exibições gratuitas em ruas e praças de Belém, assim como muitas outras cidades que tem projetos considerados parceiros.

— Quando montamos o 'circo' na rua, instalando o projetor, a caixa de som, o telão, etc, naturalmente chamamos a atenção dos transeuntes, tendo eles sido ou não previamente comunicados daquela ação. Imediatamente há uma ruptura com o conjunto de estruturas subjacentes que estão no ciclo do grande cinema, o cinema industrial, que limita a criatividade humana, como simples expectador — explica Francisco.

— A cidade com seus cidadãos passa a compor o cenário do filme ao mesmo tempo em que se desenha um novo cenário desse mesmo filme, feito desde e neste encontro confronto/convergência. É o cinema chegando até as gentes para as quais a arte deve ser direcionada — continua.

Criar e exibir bons filmes

Para Francisco "cinema na rua" quer dizer "cinema do povo", motivo pelo qual a responsabilidade de quem desenvolve essa prática é muito grande.

— Diariamente nós aqui da região somos bombardeados por um conjunto de imagens, através da televisão, da publicidade, ou dos grandes cinemas. Então nos interessa discutir esteticamente se a nossa produção está de acordo com uma nova linguagem ou se estamos apenas reproduzindo esses padrões, que afinal de contas têm nos usurpado culturalmente — declara.

— Particularmente na qualidade de realizador que sou, tenho um compromisso com a minha cultura, com o meu país, com a minha cidade, com a periferia, de cinema para o povo, com compromisso ético, com perfil bem diferenciado do grande cinema narrativo, do puro entretenimento, 'enlatados', o que chamo de 'cinema pipoca'. Levamos para as ruas filmes feitos com critérios que não é o do lucro financeiro — continua.

O cinema de rua exibe filmes de realizadores da região, ligados aos projetos de outros locais e também de grandes nomes do cinema nacional.

— Mostramos Gláuber Rocha, Eduardo Coutinho, Nélson Pereira dos Santos, e outros sensacionais. Também apresentamos obras como: Brasil para trás, documentário sobre o golpe militar em que registrei o ex-preso político e torturado, Humberto Cunha; Contra corrente filme que fiz com o jornalista Luís Carlos Pinto sobre liberdade de expressão; Patativa do Assaré, do Rosemberg Cariry; Chama Verequete, do Luís Arnaldo, sobre o mestre Verequete, considerado o rei do carimbó, entre muitos outros. No final de cada sessão realizamos debates — relata.

Francisco, que também coordena o Cineclube Amazonas Douro e sempre está ligado a movimentos de resistência cultural, tem como parceiro vários outros grupos que seguem a mesma linha de lutas, dentro e fora de Belém.

— Levo para os locais todo o maquinário, meu projetor, os filmes, os cabos, minha câmera de filmar e de fotografar e vou registrando tudo e colocando para circular na internet. E vamos abrindo essas fontes em um abraço com comunidades em favor da nossa cultura. Recentemente realizamos sete oficinas de cinema e tivemos como resultado nove obras audiovisuais coletivas — comenta com alegria.

— Nossa proposta é trabalhar com a organização de coletivos, visando desaparecer a figura individualista do realizador, colocando na cabeça da moçada que qualquer cidadão pode ser artista, realizador de filmes. E não é porque nossa região é praticamente excluída de verbas do Ministério da Cultura que não produzimos arte. Temos uma grande e rica produção literária, cênica e fílmica aqui na nossa região amazônica — expõe.

Esse trabalho é considerado como vocacional por Francisco e seus companheiros, que o fazem com muita dedicação e coração.

— Sem nenhum tipo de apoio, por exemplo, o realizador Márcio Barradas já fez dois longas e cerca de cinco curtas. Também um professor de Marambaia fez uma pesquisa sobre a cabanagem, o que resultou em um filme falando da revolução cabana, com a participação de 65 alunos, sem um centavo de instituição alguma. Enquanto querem submeter a todos ao 'cinema pipoca' tem um grupo de pessoas realizando um trabalho sério e lutando bravamente para preservar nossos valores — conta.


Por Rosa Minine no http://www.anovademocracia.com.br

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vagalume - Um boi de Luz Própria!

Respeitável Público com vocês, o boi mais bonito e faceiro da Marambaia!




Preparado com muito carinho, pelas mãos de cerca de 15 participantes de duas oficinas (instrumentalização e Indumentária) o Boi Vagalume nasce para iluminar os dias, tarde e noites da festa junina deste ano, com sua luz própria para perpetuar a cultura popular que emana da Marambaia.



Crianças
participantes da oficina do Boi Vagalume, aguardam o momento certo para a tocada.


Adolescente, participante da oficina do Boi Vagalume aquece o couro e ensaia a tocada.



Clemente Jr (Declare) e o pierrot e arte-educador, Cristiano Lima no Centro Comunitário Tiradentes durante sua Oficina de Produção de Adereço e Indumentária para o Boi-Bumbá.



Clemente Jr. mostra o Outodoor que anuncia a programação cultural, onde o Boi Vagalume será a atração principal.



Turma do MOCULMA na rua C do Gleba: Cristiano Lima, Diógenes Brandão (Jimmy) e Clemente Jr. (Declare)



Em frente ao Centro Comunitário Tiradentes, a turma do Boi Vagalume aquece o coro, antes de sua 1ª apresentação.


No auge da 1ª apresentação do Vagalume, no Centro Espírita Raio de Sol, Ananindeua-PA.



Evolução
Estonteante durante a 1ª apresentação do Boi Vagalume no Centro Espírita Raio de Sol, Ananindeua-PA.



Os cabeções animam a criançada de todas as idades, na tarde ensolarada
no Centro Espírita Raio de Sol em Ananindeua-PA.


O Boi Vagalume se despede para o descanço merecido, e segue para a próxima apresentação, levando consigo seus brincantes e o maior pagamento feito à um artista: Os aplausos de reconhecimento de seu trabalho.

Obrigad@!